Por que Sexta-feira 13 é um marco na História do cinema?

No dia 01 de dezembro de 1980, um filme de Terror despretensioso chegava ao Brasil. Quarenta anos atrás, no entanto, nós nunca poderíamos imaginar o impacto que Friday the 13th teria na indústria cinematográfica. Hoje, falaremos sobre a razão pela qual esse filme é tão aclamado hoje em dia. 

O subgênero slasher, embora tenha seus precursores, começou oficialmente com Halloween, filme de John Carpenter lançado em 1978. Imagine que, a partir daí, vários longas foram feitos tentando pegar carona no sucesso de Halloween, e apesar de alguns deles - como Armadilha para turistas, de 1979 - terem se tornado clássicos cult, foi apenas Sexta-feira 13 que acabou dando a volta por cima e se provou mais bem sucedido. É uma das raras exceções em que a cópia se saiu melhor do que o original, no que diz respeito à impacto.


Só contextualizando aqui para vocês: o slasher é o subgênero do horror marcado pela presença de maníacos misteriosos aterrorizando pessoas inocentes, e com Sexta-feira 13 o negócio foi elevado a um outro nível. Você pode estar pensando que estamos nos referindo ao Jason Voorhees, mas está muito enganado! No primeiro filme da franquia - que até então ainda era um sonho - a identidade do criminoso é mantida em segredo durante toda a história. Temos um acampamento de verão chamado Cristal Lake onde, em 1979, vários monitores que estavam em treinamento começam a ser assasinatos. Os crimes estão ligados com um afogamento de uma criança no local, em 1957, e a morte de dois monitores em 1958. 


Apenas a sobrevivente Alice descobre quem está por trás dos assassinatos: Pamela Voorhees, uma mãe ainda em luto pela morte trágica de seu filho Jason, que supostamente teria se afogado enquanto era negligenciado pelos monitores que deveriam estar cuidando dele. Nisso, precisamos destacar Betsy Palmer não só por sua atuação marcante como também por sua importância no subgênero slasher, com uma serial killer mulher, algo que até hoje é bem raro de ver em Hollywood. A cena final de Sexta-feira 13 também foi marca registrada dos primeiros filmes da futura franquia, com Alice num barco no meio do lago sendo puxada para baixo por um Jason ressuscitado, o que é logo revelado como um sonho da nossa protagonista. 


Mas por que ele é tão marcante assim, com uma história tão clichê? Bem, a estética fez toda diferença, assim como a maquiagem de Tom Savini com o jovem Jason, com o rosto deformado. O fato de ser ambientado em um acampamento de verão também fez toda diferença, uma vez que no meio da floresta, durante a noite, é o lugar perfeito para contar histórias de terror em volta da fogueira. Assim, o filme adaptou uma prática que provavelmente muitos jovens já fizeram nos EUA naquela época, ora com amigos, ora com familiares. É como se todos os nossos medos se tornassem realidade, e a tradução disso para a tela de cinema fez toda diferença. 


Outro fator que colaborou para o sucesso do filme foram suas cenas de violência gráfica explícita, algo que não era hábito dos slashers anteriores a Sexta-feira 13. Por exemplo, em O massacre da Serra elétrica, que foi lançado em 1974 e é um dos precursores desse subgênero, as mortes ocorrem fora da tela, deixando a gente imaginar toda a desgraça acontecendo e o que de fato foi feito. Só vemos o resultado depois de escutar os gritos das vítimas. Em Halloween, a coisa é um pouco mais explícita, embora eles priorizem o suspense e evitem derramar sangue. Porém, com Friday the 13th, os efeitos práticos providenciados por Tom Savini ajudaram bastante, com gargantas sendo cortadas, machadadas, e cabeças sendo deceptadas, por exemplo. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Espero que essas informações sirvam para mostrar por que Sexta-feira 13 é tão importante para a indústria cinematográfica, além de ter custado barato e lucrado muito alto. Foi esse "plágio" que gerou uma das franquias mais bem sucedidas do cinema de Horror. 




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